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Do quarto à praia,
nenhum lugar é seguro

O relógio marcava 5h40 da manhã no Alto da Terezinha, Salvador. Os pais entraram no quarto da filha de seis anos, como fazem todas as manhãs. O ritual cotidiano, porém, transformou-se em pesadelo quando encontraram a menina ferida na cama. Uma bala perdida atravessou a janela e atingiu seu rosto enquanto ela dormia. O primeiro dia de 2025 mal havia começado, e já carregava o peso de uma tragédia familiar irreparável.

A cena se repete ano após ano, com variações macabras, em diferentes pontos do país. Nos últimos anos, registramos 04 crianças baleadas no primeiro dia do ano.

Em Jaboatão dos Guararapes, na grande Recife, um menino de quatro anos presenciou o assassinato do pai. Antes que pudesse processar o horror diante de seus olhos, ele próprio foi atingido na cabeça. 

Na famosa praia de Copacabana, onde milhões se reuniram para celebrar a chegada do ano novo, uma adolescente de 14 anos observava maravilhada os fogos de artifício no céu carioca. Ao seu lado, seu pai compartilhava do momento de contemplação. Em questão de segundos, o espetáculo de luzes se transformou em drama: uma bala perdida atravessou o braço da menina, e seu pai também foi atingido. A festa mais famosa do Brasil ganha manchetes, enquanto outras histórias similares se desenrolam nas sombras da periferia.

Em São Gonçalo, um casal de idosos — 67 e 69 anos — celebrava a virada do ano dentro de casa, como tantos outros brasileiros. A sensação de segurança entre quatro paredes é ilusória: ambos foram atingidos por balas perdidas. A casa já não oferece proteção contra a violência que marca o cotidiano das cidades brasileiras.

Os números do Instituto Fogo Cruzado desenham o mapa sangrento do primeiro dia do ano: cinco tiroteios na Bahia, três mortos e dois feridos. Em Pernambuco, três tiroteios deixaram seis baleados, metade deles fatalmente. No Rio de Janeiro, nove tiroteios resultaram em sete vítimas, três mortas. Para o Rio, o primeiro dia de 2025 estabelece um recorde trágico: nunca, desde o início da série histórica do Fogo Cruzado, tantas pessoas foram baleadas em um primeiro de janeiro. 

O ano de 2024 já havia sido especialmente cruel com as crianças: 26 baleadas na região metropolitana do Rio, 10 em Salvador, seis em Recife e duas no Pará. Quando somados aos adolescentes, os dados explodem: 64 meninos e meninas atingidos no Rio, 147 em Recife, 63 em Salvador, 14 em Belém.

As estatísticas frias mascaram a realidade brutal de cada caso. Por trás de cada número há uma família destruída, um futuro interrompido, um trauma que se perpetuará por gerações. A violência armada no Brasil é democrática apenas no medo que causa a todos. Os dados mostram que as principais vítimas têm CEP e cor da pele bem definidos. 

Enquanto as autoridades repetem velhas fórmulas e discursos gastos sobre segurança pública, as balas continuam encontrando alvos. Uma criança dormindo, uma adolescente admirando fogos de artifício, um casal de idosos celebrando o ano novo em casa. Todos unidos pela violência armada que não conhece hora nem lugar. E 2025 apenas começou.

Um abraço,

Terine Coelho
Gerente de Pesquisa do Instituto Fogo Cruzado


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MIDR reconhece situação de emergência em dez cidades brasileiras

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Estão na lista municípios dos estados da Bahia, Pernambuco, Paraíba, Pará, Minas Gerais e Rio Grande do Sul

O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), por meio da Defesa Civil Nacional, reconheceu, na última sexta-feira (20), a situação de emergência em dez cidades afetadas por desastres. As portarias com os reconhecimentos foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU). Confira mais detalhes abaixo:

Portaria nº 4.212

Portaria nº 4.213 

Portaria nº 4.214

Portaria nº 4.215 

Foram afetados pela estiagem os municípios de Brejinho e Solidão, em Pernambuco; Junco do Seridó e Sebastião do Umbuzeiro, na Paraíba; Curaçá e Santa Bárbara, na Bahia e Bujaru, no Pará.

No Rio Grande do Sul, o município de Tavares foi castigado por fortes chuvas, assim como Curaçá e Santa Bárbara, em Minas Gerais.

Agora, as prefeituras estão aptas a solicitar recursos do Governo Federal para ações de defesa civil, como compra de cestas básicas, água mineral, refeição para trabalhadores e voluntários, kits de limpeza de residência, higiene pessoal e dormitório, entre outros.

Como solicitar recursos

Cidades com o reconhecimento federal de situação de emergência ou de estado de calamidade pública podem solicitar ao MIDR recursos para ações de defesa civil. A solicitação pelos municípios em situação de emergência deve ser feita por meio do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD). Com base nas informações enviadas nos planos de trabalho, a equipe técnica da Defesa Civil Nacional avalia as metas e os valores solicitados. Com a aprovação, é publicada portaria no DOU com o valor a ser liberado.

Capacitações da Defesa Civil Nacional

A Defesa Civil Nacional oferece uma série de cursos a distância para habilitar e qualificar agentes municipais e estaduais para o uso do S2iD. As capacitações têm como foco os agentes de proteção e defesa civil nas três esferas de governo. Confira neste link a lista completa dos cursos.

Fonte: MIDR


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Rio Paraguai: Ministério de Portos e Aeroportos abre consulta pública para concessão da 1ª hidrovia do país

Tácido Rodrigues

O Ministério de Portos e Aeroportos lançou, na última quinta-feira (19), uma consulta pública destinada a aperfeiçoar o modelo de concessão da hidrovia do Rio Paraguai, a primeira do Brasil. Objetivo é aumentar a segurança da navegação, beneficiando empresas e passageiros, e impulsionar o escoamento da produção agrícola.

O Ministério de Portos e Aeroportos deu um passo significativo, na última quinta-feira (19), ao lançar uma consulta pública destinada a aperfeiçoar o modelo de concessão da hidrovia do Rio Paraguai, a primeira do Brasil. O objetivo é aumentar a segurança da navegação, beneficiando empresas e passageiros, e impulsionar o escoamento da produção agrícola.

O período para envio de contribuições, subsídios e sugestões sobre a modelagem e os documentos da concessão será de 26 de dezembro de 2024 a 23 de fevereiro de 2025. Municípios, concessionárias e demais interessados poderão participar por meio da plataforma Participa + Brasil, do Governo Federal.

O Ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, explicou que o contrato de concessão da hidrovia do Rio Paraguai prevê investimentos de R$ 63,8 milhões ao longo de 15 anos. “Compreendendo a relevância das hidrovias na agenda logística nacional, é essencial que realizemos essas entregas em 2025", declarou o ministro em Brasília. "Este ano, demos um passo importante para fortalecer o sistema hidroviário brasileiro.”

O trecho da hidrovia compreende a rota entre Corumbá (MS) e a Foz do Rio Apa, na divisa com o Paraguai e a Bolívia. O projeto, que possui 600 quilômetros de extensão, contará com um calado de três metros durante o período de cheia, garantindo a navegação com maior segurança. Na estiagem, a profundidade será de dois metros, o que mantém a navegabilidade em boa parte do ano.

Benefícios ao agronegócio

A via fluvial trará impactos diretos para a região do Baixo Pantanal, onde Corumbá está localizada. O município possui o segundo maior rebanho bovino do Brasil, com 2,2 milhões de cabeças, segundo dados da Pesquisa da Pecuária Municipal 2023, divulgados em setembro pelo IBGE. O principal destino da carne sul-mato-grossense é a China.

Além da pecuária, produtos como soja e minério de ferro foram fundamentais para que as exportações realizadas pelos portos de Murtinho, Corumbá e Ladário atingissem o recorde de 8,2 milhões de toneladas transportadas em 2023. O levantamento foi publicado pela Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul em janeiro.

O ministro Costa Filho reforçou que a expansão das hidrovias será uma prioridade nos próximos anos. “Nosso objetivo é preparar o caminho para, no segundo semestre de 2025, levar essa concessão à B3 e concretizá-la. Esse será apenas o início de uma nova fase para o transporte fluvial no Brasil”, afirmou. Ele destacou outros projetos em desenvolvimento, como os das hidrovias Tocantins, Madeira, Parnaíba e São Francisco.

Ainda segundo Costa Filho, o incremento nas rotas fluviais reduzirá os custos logísticos do setor produtivo em quase 40%, especialmente no transporte de minério de ferro e grãos.

“Visão de Estado”

Para o Secretário Nacional de Hidrovias, Dino Antunes, a iniciativa reflete uma “visão de Estado” e promete trazer avanços para a logística e as comunidades ribeirinhas. “Esse projeto não é para o governo, mas para os transportadores, armadores e embarcadores. Além disso, a população que vive nas margens do rio será beneficiada, sem custos adicionais”, afirmou.

Antunes ressaltou ainda que a concessão garantirá melhorias estruturais nas hidrovias, incluindo dragagem, derrocamentos, sinalização permanente e sistemas de comunicação para reforçar a segurança patrimonial.

Especificamente sobre o Rio Paraguai, ele enfatizou que o projeto será crucial para o transporte de minério de ferro e grãos, especialmente na região sul de Mato Grosso do Sul, promovendo o crescimento econômico local.

O Ministério estima que, após a concessão, o volume de cargas transportadas pelo Rio Paraguai poderá alcançar entre 25 e 30 milhões de toneladas em 2030, aproximadamente quatro vezes mais do que o registrado em 2023.

O edital do leilão deverá ser publicado em maio de 2025, enquanto o leilão está previsto para julho, ambos dependendo da aprovação do Tribunal de Contas da União (TCU).


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Censo Demográfico 2022: 8,1% da população do país vive em favelas e comunidades urbanas no Brasil

Bianca Mingote

O Censo Demográfico 2022, divulgado na sexta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), identificou 12.348 Favelas e Comunidades Urbanas no país. Nessas localidades viviam 16.390.815 pessoas, o que corresponde a 8,1% da população brasileira.

O Censo Demográfico 2022, divulgado na sexta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que encontrou 12.348 Favelas e Comunidades Urbanas no país. Nessas localidades viviam 16.390.815 pessoas, o que corresponde a 8,1% da população brasileira.

Em comparação, no ano de 2010 foram identificadas 6.329 Favelas e Comunidades Urbanas, onde residiam 11.425.644 pessoas. Porém, segundo o IBGE, a comparação deve ser feita com cautela, visto que o aumento pode ser explicado pelo aperfeiçoamento tecnológico na ação censitária, além de maior conhecimento do território, o que pode ter melhorado a captação das informações nas favelas e comunidades. 

Segundo o Censo 2022, a Rocinha, no Rio de Janeiro (RJ), é a favela mais populosa do país, com 72.021 moradores, e ainda a que apresentou o maior número de domicílios particulares permanentes ocupados (30.371 unidades). Já a segunda favela mais populosa é o Sol Nascente, em Brasília (DF), com 70.908 habitantes.  

Já Paraisópolis, em São Paulo (SP), ficou em terceiro lugar, com um total de 58.527 pessoas, seguida pela Cidade de Deus/Alfredo Nascimento, em Manaus (AM), que registrou 55.821 moradores.

Com relação aos números absolutos de pessoas residentes em favelas e comunidades urbanas, quando somadas, as populações dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Pará representam 44,7% do total. Confira os números de moradores em cada um desses estados:

  • São Paulo: 3.630.519
  • Rio de Janeiro: 2.142.466
  • Pará: 1.523.608

Concentração de favelas no país 

Os estados com as maiores proporções de sua população residindo nessas localidades eram Amazonas (34,7%), Amapá (24,4%) e Pará (18,8%). Confira o ranking de favelas e comunidades urbanas por região:

  • 1°: Sudeste, com 6.016 
  • 2°: Nordeste, com 3.313
  • 3°: Norte, com 1.438
  • 4°: Sul, com    1.278
  • 5°: Centro-Oeste, com 303

O censo listou as vinte Favelas e Comunidades Urbanas mais populosas do Brasil. Oito estavam na Região Norte, sendo que seis delas no município de Manaus (AM). Outras sete no Sudeste, quatro no Nordeste e apenas uma (Sol Nascente) no Centro-Oeste. A Região Sul não tinha nenhuma favela entre as 20 com maior população.  Veja o ranking:

Os dados podem ser acessados no portal do IBGE e em plataformas como o Sidra, na Plataforma Geográfica Interativa (PGI) e no Panorama do Censo.
 

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