REVISTA LINEAR - ECONOMIA MUNDIAL

 




Inflação mais alta nos EUA

Ontem, foram divulgadas más notícias sobre a inflação nos Estados Unidos, com o índice de IPC (Índice de Preços ao Consumidor) registrando uma alta maior do que o esperado, atingindo 0,3% no mês de janeiro, enquanto a expectativa era de 0,2%. Além disso, a medida de núcleo também superou as expectativas, alcançando 0,4%, quando se esperava 0,3%. Como resultado, a inflação anual subiu para 3,1% em doze meses, superando a previsão de 2,9% e se aproximando de 3,9%, em comparação com a previsão de 3,7%. Os mercados reagiram negativamente a essas notícias, com uma queda significativa na bolsa americana, que recuou 2%, perdendo o patamar dos cinco mil pontos, rompendo a máxima anterior. Esses dados indicam uma inflação mais elevada do que o esperado nos EUA, e há uma preocupação especial com um indicador importante chamado “supercore”, que se refere à parte de serviços sem o setor imobiliário. O Federal Reserve (Fed) costuma observar esse indicador, excluindo questões relacionadas a imóveis e preços de casas, que mostrou uma aceleração significativa. O presidente do Fed  tem mencionado isso com frequência. Essa aceleração no “super núcleo” de serviços é motivo de preocupação, pois atingiu um nível acima de 4,3%, uma escalada significativa em comparação com os últimos anos. O mercado já eliminou qualquer chance de corte de juros em março e antecipou a possibilidade de um corte em junho nos Estados Unidos. O EWZ, que representa o mercado brasileiro, registrou uma queda acumulada de três por cento nos últimos dois dias, refletindo a situação desfavorável. O cenário, que anteriormente parecia mais otimista, com a possibilidade de um corte de juros em maio e a convergência da inflação, agora enfrenta um soluço inflacionário. Espera-se que esse seja apenas um evento temporário e não algo mais permanente, mas isso empurrou as expectativas de cortes de juros para mais tarde no ano, provavelmente no meio do ano. O cenário tornou-se um pouco mais desafiador e aguardamos uma agenda intensa nos próximos dias, incluindo dados de vendas no varejo, produção industrial e PPI nos Estados Unidos. A reabertura dos mercados brasileiros também é esperada com ajustes negativos tanto na moeda quanto nos juros e na bolsa.

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